quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Engula as esperanças

Engula as esperanças, é o que resume o fim da história.
Não mais as onze o relógio desperta para dormir de novo em paz,
não mais animais para acalmar e fazer sorrir..
Não mais "tá tudo bem" para ficar tudo bem..
Não mais as mãos esticadas ao amanhecer para tocar e dizer estou aqui..
Não mais fazer amor rindo...
Não mais as janelas sobem me trazendo as boas novas..
Não mais consigo fazer o velho trajeto..
Não mais Liberdade, só a liberdade de não saber o que fazer...
Não mais as mãos nas costas no ponto certo para fazer o ar correr...
Não mais o insistir para ter minutos e horas infinitas..
Não mais domingos recheados de chantilly, tortinhas de morango, beijos de açai..
Não mais encaixar o rosto nas costas, naquele encaixe quase perfeito para meu rosto...
Não mais sonhos divididos, sonhos guardados, sonhos revelados..
Não mais eu te ajudo e você me ajuda...
Não mais perguntas, não mais shows, não mais...
Não mais tardes perfeitas,
Não mais banhos e corredores para correr do frio...
Não mais promessas de filmes, promessas de ficar acordada, não mais suspiros..
Me resta lágrimas e o sol para curar..
tempo..
chuva..
tempo..
sol...

Não mais..sem mais..

ALine Barcelos

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Não sei de tudo...

Não sei de tudo..
Não sei esperar, quando eu sei que devo esperar..
Não sei fingir a minha dor quando devo esperar....
Não sei negar minha pressa para que essa dor passe, sei que devo esperar...
Não sei conter as minhas lágrimas, elas apressam para a dor passar, é, tenho que esperar..
Não sei ser inteira com lágrimas apressadas por conta da dor, que teima não esperar...
Não sei ser metade quando inteira quero ser e as lágrimas e a pressa que doem pela ânsia de não esperar...
Não sei ser qualquer coisa se metade não suporto, e inteira não finjo ser e bem depressa as lágrimas na pressa não deixa a dor de lado e eu esperar...
Não sei olhar para o escuro e fingir qualquer coisa que nos cacos e na metade nunca virou inteira por lágrimas que correm na pressa da dor que eu tenho por não esperar...
Não sei de tudo só sei voar no escuro, e batendo nas paredes, viro metade do inteiro que era, lágrimas choram com a pressa da dor que não quer nunca esperar...
Não sei ser pedra, quero voar mesmo escuro lá, sendo metade ou inteira,com lágrimas, com pressa., com dor, ainda assim não sei esperar...
Não sei do tempo, que parece pedra, que não sabe voar, deixa tudo no escuro, na metade, e minutos inteiros com lágrimas nas pressas pela dor que não sabe esperar...
Não sei de tudo, o tempo empedra, voar, escuro, metade, inteiro, lágrimas, pressa, dor, que não sabem esperar..

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mãos em questão

criam e desfazem os nós

Aline Barcelos
A alma acorda mesmo quando o pôr do sol já está no céu.
Há alma na lua, luz no sonho.
A infância encoberta pelo humano, a essência querendo gritar amor.
A canção no rádio diz, "que os olhos enchem d 'água", porque ainda há amor.
Pés descalços, com a pureza de uma pena, o tempo levará ao meu lugar, que aqui já existe.


Aline Barcelos
2014

terça-feira, 19 de agosto de 2014

tempo

Só preciso de um tempo
um tempo do mundo
um tempo de tudo
um tempo mudo
Só preciso de um tempo
um tempo de louco
um tempo com pouco
um tempo solto
Só preciso de um tempo
um tempo sentido
um tempo contigo
um tempo comigo
um tempo amigo
Só preciso de um tempo
um tempo com o mato
um tempo descalço
um tempo calmo
um tempo no alto
só um tempo eu preciso